Os Vilões da Disney são, com certeza, uma febre. Há muitas razões para o sucesso dos vilões, sendo que um deles é a complexidade com que suas personalidades são desenvolvidas. A Disney sempre nos convida a refletir sobre o que faz um vilão se tornar um vilão.
É possível encontrar uma variedade enorme de produtos dos vilões. Copos térmicos, almofadas, camisetas, livros, maquiagem e, obviamente, brinquedos! Atualmente, muitas pessoas são tão apaixonadas pelas bonecas e Funko Pop da linha Disney’s Villains como outros são pela boneca Barbie e pela Princesas Disney.
Geralmente, o que separa as Princesas da Disney de um vilão são os acontecimentos do passado e a forma que isso os afetou e, consequentemente, matou a bondade que ele possuía.
Uma série de livros focada na origem dos vilões
Que os Vilões da Disney envenenam, sequestram, amaldiçoam e até matam, a gente já sabe. Porém, você já pensou que pode haver um motivo?
- E se, por acaso, a rainha que se tornou a primeira vilã da Disney – e recebesse o nome de Rainha Má – amasse a sua enteada?
- E se Úrsula tivesse sofrido muito nas mãos de Tritão a ponto de seu ódio ser justificável?
- E se Malévola não conhecesse “o amor, a bondade e a alegria de ajudar os outros” (palavras de Fauna, em A Bela Adormecida) porque ninguém ensinou isso a ela?
É claro que, diante de todas as maldades de um Vilão da Disney, chega a ser difícil enxergar qualquer bondade ou inocência nele. Entretanto, toda história tem dois lados e, como os filmes geralmente são focados na princesa, nem sempre é possível saber o lado do vilão.
Porém, a série de livros sobre as origens dos Vilões da Disney, de Serena Valentino, permite que conheçamos estes personagens cujas ações nem sempre compreendemos.
É difícil cobrar que alguém sinta amor e saiba demonstrá-lo quando ninguém no mundo teve amor por ele, não é mesmo? Isso é algo que podemos ver em Frozen, especialmente na obra Um Coração Congelado.
Somos convidados a conhecer o ponto de vista de Hans que, diante de 12 irmãos mais velhos, seria impossível receber qualquer atenção de seu pai, o rei das Ilhas do Sul.
Naturalmente, isso não justifica as atitudes de nenhum vilão. Entretanto, que é impossível não desenvolver certa empatia por eles, depois de saber que, no começo, eles só queriam ter uma chance de conviver em sociedade, de serem amados pelo que realmente são – mesmo que tivessem tentáculos ou chifres.
Como mais obras estão por vir, teremos a oportunidade de conhecer mais um pouquinho sobre o lado que as animações da Disney nunca mostram.
A expansão do universo no Disney Live Action
Desde 2010, a Disney vem investindo em peso em Live Actions: são 10 filmes que já estrearam 2 que estão sendo produzidos e mais 12 que foram anunciados (sem contar as especulações).
A Disney tem dado um pouco mais de espaço para os seus vilões, não só para fazer as suas maldades, como também “justificar” os seus atos.
Um exemplo disso é Lady Tremaine (Cinderela): De acordo com ela, seu grande amor foi o primeiro marido, que morreu cedo.
Mesmo que o segundo casamento fosse para garantir algum conforto para as suas filhas, ela sofreu muito por ter que disputar o amor do marido com o “fantasma” de sua primeira esposa e com a sua enteada.
Malévola, que sempre viveu à margem da sociedade das fadas por conta de sua aparência assustadora, foi traída pelo único ser humano que ela permitiu que se aproximasse.
Uma das frases mais emblemáticas de Scar, em O Rei Leão Live Action é quando ele desabafa para o ratinho que está caçando: “Enquanto alguns nascem para o banquete, outros passam a vida na escuridão, implorando por migalhas. ”. Não é estranho que o irmão do rei esteja passando fome?
Como a série de livros de Serena Valentino deixou bem claro, não dá para confiar 100% em um herói, princesa ou até mesmo em uma fada.
Afinal, por que os Vilões da Disney são tão incríveis?
Muitas vezes, quando se pergunta sobre o personagem favorito da Disney, a resposta sai do “senso comum” de escolher uma das princesas da Disney ou o herói e dá destaque para um vilão ou vilã.
Com tantos antagonistas incríveis, como dar atenção às princesas tão ingênuas e inocentes das primeiras eras da Disney, como Ouro (Branca de Neve e os Sete Anões) e Prata (Cinderela, A Bela Adormecida, etc.)?
Um bom exemplo do peso dos Vilões da Disney para o estúdio é A Bela Adormecida, filme que está completando 60 anos em 2019. Aurora possui apenas 18 minutos de cena e tem apenas 18 falas.
O fato é que todos os vilões criados pela Disney têm alguma coisa que rouba a atenção:
- Alguns causam arrepios só lembrar deles, tais como Frollo (O Corcunda de Notre Dame), Shan Yu (Mulan) e Chernabog (Fantasia).
- Outros conquistaram o público com um carisma que, muitas vezes, é muito maior do que o do protagonista, como é o caso de Hades (Hércules), Scar (O Rei Leão) e Ysma (A Nova Onda do Imperador e A Nova Onda do Kronk).
Coincidentemente, o Vilão da Disney mais poderoso é o mais carismático: Hades, o Deus dos Mortos. Enquanto Hércules só pensava em Meg, Meg, Meg, o irmão mais velho de Zeus apareceu com uma estratégia mirabolante de sair de seu lugar “tristinho, sombrio e cheio de gente morta” para conquistar o Olimpo.
Quem nunca deu boas risadas com os trocadilhos do Senhor dos Mortos, como “O rei da cocada grega”, seus ataques de fúria (que são sempre caçoados pela Mégara) e o jeito engraçado com que ele conversa?
Na verdade, a rainha Elsa (do fenômeno Frozen) deveria ser uma vilã. De acordo com a própria Disney, o estúdio só voltou atrás por causa da música “Let it go”.
Será que a Rainha do Gelo não ficaria muito mais legal como uma vilã toda glamorosa como Úrsula (“A Pequena Sereia”) e Mamãe Gothel (“Enrolados”) do que a rainha totalmente neurótica e atormentada?
Como os vilões são muito mais chamativos, inteligentes e divertidos do que as princesas da Disney e os heróis, acabamos esquecendo que essas personagens são vilãs e torcemos para que eles se deem bem no final da história, justamente por serem pessoas que nos fazem rir e nos surpreendem.
Os vilões são verdadeiros ícones para a Disney e possuem tanto peso como as princesas que fazem parte da franquia Disney’s Princess.
Agora que você entendeu a importância de conhecer os dois lados de uma mesma história, continue acompanhando as obras de Serena Valentino! O próximo vilão a ter a sua origem contada pode ser o seu favorito!